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Infâncias

Campanha sobre a obesidade infantil

fanuncio12.jpg Está sendo veiculada a campanha Diga não à obesidade infantil. Em paradas de ônibus de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte elas já podem ser vistas.
Ok, estou ciente da “problemática” que envolve essa questão. Nossas crianças (assim como os adultos…) estão engordando. E isso, conforme pesquisas que vêm sendo realizadas, causa muitos danos à saúde, tais como diabetes, hipertensão, colesterol, problemas cardiovasculares, etc. Um dos problemas, creio, está no sentido da palavra causa, significando que a obesidade produz certo efeito, no caso, doenças diversas e, pior, ainda até a morte.
Nisso está relacionada a questão do risco (discutido por autores como Ulrich Beck, Paulo Vaz, entre outros, os quais preciso estudar), onde podemos encontrar algumas idéias sobre como as transformações sociais estão gestando esse tipo de discurso do “terror” quando o assunto é a obesidade.
Cabe salientar, ainda, que o risco é uma probabilidade. Logo, campanhas de “terror” como essa serve para mostrar aos indivíduos o quanto o risco afeta a todos, embora em graus diferenciados. Para haver risco é necessário, ainda, haver a possibilidade de escolha para, aí, poder ser tomadas decisões “adequadas” ou não. A responsabilidade é, assim, direcionada a cada indivíduo. No caso de crianças, que são o alvo da referida campanha, a responsabilidade é posta aos pais e dos professores – aliás, coitadas de nós, professoras, quanta responsabilidade… parece que tudo depende da educação escolarizada –, como está descrito no site:

O Brasil já tem cerca de 6 milhões de crianças obesas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, e hoje essa doença é a maior ameaça à saúde pública brasileira. Uma das principais maneiras de combatê-la é a mudança de comportamento, principalmente pais e professores.

Outra grave problema é a estigmatização que essas crianças, “gordas”, sofrem. Com campanhas como essa isso tende a se acirrar, pois os discursos da saúde estão permeados por questões morais, as quais envolvem valores e normas. Desse modo, combates à obesidade tendem a se tornar, também, combates aos obesos, que sofrem com os estereótipos, estigmas, preconceitos…